4 de fev. de 2014

Os horrores da guerra e da alma



As imagens encontradas acima são reproduções famoso quadro “O Grito” do pintor Edvard Munch e uma chocante fotografia, tirada em 1972 durante a guerra do Vietnã. Apesar de não possuírem nenhuma relação temporal nem significados parecidos, as duas se assemelham ao revelar uma imagem de profundo desespero e angústia, cada uma a sua maneira.

Enquanto a pintura procura expressar toda a mágoa e desespero pelo qual o pintor passou após a ruptura de um relacionamento amoroso conturbado, a fotografia mostra a triste realidade de crianças que perderam suas famílias após um ataque com bombas de Napalm.

Seja causada pela perda de um ente querido ou pelo fim de um amor, as sensações de perda e desamparo são parecidas e estão presentes nas duas imagens e histórias.

O estado de espírito de Munch no momento que inspirou o quadro, também está exposto em seu diário nas seguintes linhas:
“Passeava com dois amigos ao pôr-do-sol – o céu ficou de súbito vermelho-sangue – eu parei, exausto, e inclinei-me sobre a mureta– havia sangue e línguas de fogo sobre o azul escuro do fjord e sobre a cidade – os meus amigos continuaram, mas eu fiquei ali a tremer de ansiedade – e senti o grito infinito da Natureza.”
Por outro lado Kim Puc, a menina de 9 anos na época da famosa fotografia, hoje, embaixadora da Boa Vontade da UNESCO, escreveu o seguinte relato:
“Eu estava apavorada, porque de repente não vi mais ninguém perto de mim, só fogo e fumaça. Eu estava chorando e, milagrosamente, ao correr meus pés não ficaram queimados. Só sei que eu comecei a correr, correr e correr...”